Per Aspera ad Astra

Do caos à clareira: explorando o oculto sem perder a razão.
:19 ago, 2025
Este é o primeiro texto para este espaço que, com humildade, chamarei de Blog do Guardião. A proposta aqui é ser mais pessoal e informal, diferente das matérias em que costumo trazer rigor histórico e precisão. Neste espaço quero compartilhar pensamentos, devaneios, aquilo de que gosto e não gosto, crenças que cultivo e histórias que considero interessantes.

Vivemos tempos complicados. A realidade parece cada vez mais difusa, como se fosse impossível distinguir de imediato o que é real e o que não é. Após a pandemia, essa sensação só se intensificou. Não tivemos tempo para curar nossas feridas; apenas despejamos nossos traumas diariamente e lutamos para continuar respirando. Caímos em um ciclo repetitivo: dias iguais, obrigações incessantes, cansaço acumulado. Não podemos parar — precisamos pagar contas, cumprir tarefas, girar a roda da sobrevivência. Mas, nesse processo, esquecemos quais eram os nossos sonhos. Chego em casa exausto, pensando apenas em banho e sono, porque logo cedo tudo recomeça. Às vezes me pergunto: nem os mais distópicos artistas imaginaram o inferno que estamos vivendo. Ou será que morremos, e este é o nosso purgatório?

Mesmo assim, encontrei forças em lugares inesperados para iniciar este projeto. No início pensei apenas em desabafar, mas percebi que desabafar sozinho não era suficiente. Queria algo mais construtivo. Foi durante uma longa sessão de terapia que tive um estalo: escrever sobre temas que sempre me fascinaram e, de alguma forma, me dão prazer. Assuntos que pesquisei e refleti ao longo dos anos, mas que raramente encontrei com quem compartilhar. Sei das minhas limitações técnicas, sobretudo com a escrita, mas decidi enfrentar meus medos e inseguranças. E aqui estou.

Sempre fui curioso sobre temas alquímicos, mitológicos e ocultistas. Meu olhar, porém, costuma ser cético e realista. Aprendi, principalmente durante a pandemia e as eleições, o quanto as chamadas “teorias da conspiração” podem ser destrutivas. Elas não são apenas entretenimento inofensivo ou “curiosidades” da internet: distorcem fatos, espalham desconfiança, corroem instituições, alimentam ódio e radicalismos. Já vimos como essas narrativas virtuais se transformam em consequências reais — rejeição de tratamentos médicos, violência, erosão da democracia. O preço da irracionalidade não é pago apenas por quem acredita, mas por toda a sociedade.

Ainda assim, continuo acreditando que os temas sobrenaturais podem conviver com a verdade. Mais do que mera superstição, eles revelam muito sobre a humanidade. Desde os oráculos da Grécia Antiga até o folclore popular que mantém vivas tradições locais, o sobrenatural moldou visões de mundo, códigos morais e rituais coletivos. Na Idade Média, justificou perseguições; no século XIX, inspirou a filosofia e até a ciência. Hoje, em plena era racional, continua nos encantando no entretenimento, nas espiritualidades alternativas e na eterna busca por respostas além do material. O sobrenatural é, em última instância, um espelho das inquietações humanas: nossos medos, desejos e a necessidade de transcender os limites da realidade.

Durante anos de estudo, acumulei conhecimentos que gostaria de dividir. Por isso criei a seção Manual do Oculto, onde pretendo elaborar tutoriais sobre práticas esotéricas, sempre com responsabilidade, cuidado e consciência dos riscos. A ideia é formar, pouco a pouco, um compêndio que possa orientar iniciantes e servir como referência séria sobre o assunto.

Estou começando devagar, mas com muito amor e dedicação. Espero que este espaço seja útil, reflexivo e inspirador. Logo também estarei presente nas redes sociais, ampliando esse diálogo.

Um grande abraço místico,

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Nenhuma sociedade progride quando a desinformação vira dogma e o medo substitui o pensamento lógico.